quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ausência

A você que eu perdi pelo caminho e que me aparece entre a vigília e os sonhos...

Às vezes eu me assusto que você cresça e eu já não esteja mais aí, onde quer que seja isso.
E que eu já não te conte histórias, não divida dias, segredos e abraços...
Tem dias que a minha alma dói de pensar a sua mão sozinha naquela hora em que a minha gostava de estar perto pra dizer que ia passar;
E outros em que esse seu olhar tão criança brinca com a minha nostalgia, vem cochichar no meu ouvido que ele amadureceu e corre o risco de talvez virar olhar de gente grande.

Eu me assusto!

Ainda tinha tantos vales encantados pra eu te mostrar antes que a gente crescesse! Mas eu sei que naquele sorriso você vai guardar pra sempre uma pontinha da criança, uma lista de coisas lindas. Às vezes o meu coração vai aí e te abraça calado. Ele vigia o seu sono e aquele quarto antigo que eu nunca vou saber se mudou.

Você vai ser grande tão logo e eu agora já passei. Já não posso querer ser junto ou te por no colo. Nem trocar aqueles papéis todos tão malucos.

A você que na verdade são tantos, são tantas. Que talvez nunca façam ideia.
Eu confesso que sinto saudades
Eu desejo feliz aniversário;
uma páscoa deliciosa;
um Natal muito lindo;
Feliz Ano Novo!...

A você que veio, colou sua lista e me deixou só com um abraço pra respirar
Que não responde mais ao meu sorriso
Ou você que ficou bem ali esperando que voltasse sem nunca tentar vir também
A você que consegue entender que no fundo, no fundo, faz sentido

eu vim dizer que te amo
Nas datas e fora delas, de olhos e ouvidos tantas vezes fechados
pras distâncias, brigas e ausências
Que eu os amo, a todos vocês
Mesmo que esse eu que vocês fizeram, talvez nunca os conheça de novo

Eu vim dizer que em certas madrugadas
vocês me deixam numa saudade danada de mim!

Um comentário:

Alex Bretas disse...

pelo visto resolvemos escrever no mesmo dia.

já me acostumei...