Sabe aquelas coisas que ficam peregrinando na sua cabeça até você fazer qualquer coisa com elas?
Mesmo que não tenham nada a ver com a sua vida, com aquele momento, com as milhões de outras coisas que caberiam de ser escritas em cada linha do mês de março, esse trem ficou ali me importunando.
É do cuidado que a gente precisa ter pra que as coisas não caiam
É sobre quando tudo fica tão insosso, chato e inoportuno e o ano inteiro é uma grande tarde de domingo preguiçosa e sem fim, só com a perspectiva incômoda da segunda-quase-chegada na cabeça
Ou então é muito mais besta que isso, e eu solto e vocês que se virem com ela:
Quando todo mundo começa a ficar insuportável
Deve estar na hora de checar o seu suporte! Talvez ele esteja muito fraco.
segunda-feira, 22 de março de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
Só queria que você soubesse...
Infantil? Pode ser. Eu e as minhas palavras que não sabem sair pela boca e ficam escorregando pelas mãos, ficam tremendo nos dedos, loucas pra te pedir que espere, pra te dizer que eu queria um minuto, que eu queria te embrulhar paz de presente e depois ir embora e parar de incomodar de qualquer jeito que fosse. Que eu queria mesmo era te sorrir de novo, beber um suco de laranja e falar de quaisquer flores.
Eu, que também tropeço nas regras e não sei se deveria só cultuar o silêncio, eu que não passo um dia sem responder quando esse seu olhar me interroga. E que talvez tenha errado no jeito, tenha descumprido alguma promessa esquecida ou mal entendida em algum tempo bonito que ficou pra trás.
Só queria que você soubesse que eu não tô pensando em erros, que ninguém precisa medir culpas e... sabe aquele azul, aquela noite de presente, aqueles ares de suspiros? Esses eu sei onde guardo, eu sei que me guardam pro resto da vida, pelas vidas afora, que eu não sei e nem quero esquecer cada instante de um conto tão bonito. Só queria que você ouvisse que o meu filho ainda vai estudar na sua escola e aprender da sua História e dos seus sonhos coloridos de menino, das suas conquistas de guerreiro, das suas vitórias merecidas.
E que eu não tô fugindo de mim, nem de você e nem me importa nenhuma daquelas acusações assustadoras que me fizeram em verões passados. Eu não tento mais, nunca mais, acreditar na lenda do monstro, eu parei de procurar as dúvidas e escolhi outras memórias tão melhores de guardar.
Se a minha mão se soltou, não foi de birra, não foi de pirraça e eu queria tanto que você soubesse que eu te gosto, que eu me cuido e que despedida é sempre dolorido mesmo quando já passou da hora de ir. Gente que cultiva ternura comigo e entra na roda de humanizar as loucuras não me desgruda da alma nunca mais mesmo que passe. Passou. Mas não era pra ser assim e eu não sei dizer nem desdizer direito. Esquecer? Temer? Não tem nada a ver com nada disso. Só enquanto eu respirar... (é, isso vale mesmo até o tal do sempre)
Afinal de contas não é todo dia que a gente encontra quem pule apesar do medo de altura!
Eu, que também tropeço nas regras e não sei se deveria só cultuar o silêncio, eu que não passo um dia sem responder quando esse seu olhar me interroga. E que talvez tenha errado no jeito, tenha descumprido alguma promessa esquecida ou mal entendida em algum tempo bonito que ficou pra trás.
Só queria que você soubesse que eu não tô pensando em erros, que ninguém precisa medir culpas e... sabe aquele azul, aquela noite de presente, aqueles ares de suspiros? Esses eu sei onde guardo, eu sei que me guardam pro resto da vida, pelas vidas afora, que eu não sei e nem quero esquecer cada instante de um conto tão bonito. Só queria que você ouvisse que o meu filho ainda vai estudar na sua escola e aprender da sua História e dos seus sonhos coloridos de menino, das suas conquistas de guerreiro, das suas vitórias merecidas.
E que eu não tô fugindo de mim, nem de você e nem me importa nenhuma daquelas acusações assustadoras que me fizeram em verões passados. Eu não tento mais, nunca mais, acreditar na lenda do monstro, eu parei de procurar as dúvidas e escolhi outras memórias tão melhores de guardar.
Se a minha mão se soltou, não foi de birra, não foi de pirraça e eu queria tanto que você soubesse que eu te gosto, que eu me cuido e que despedida é sempre dolorido mesmo quando já passou da hora de ir. Gente que cultiva ternura comigo e entra na roda de humanizar as loucuras não me desgruda da alma nunca mais mesmo que passe. Passou. Mas não era pra ser assim e eu não sei dizer nem desdizer direito. Esquecer? Temer? Não tem nada a ver com nada disso. Só enquanto eu respirar... (é, isso vale mesmo até o tal do sempre)
Afinal de contas não é todo dia que a gente encontra quem pule apesar do medo de altura!
segunda-feira, 1 de março de 2010
Apenas por esse motivo
Outro dia ele escreveu só pra poder dormir. Hoje é pra poder respirar.
Porque no meio do caminho, a tinta espalhada no chão daria uma boa fotografia a quem soubesse ver. E o bar, e a praça e a ausência de portões que me recebe familiar apesar da distância em que meus olhos vagueiam... tudo dariam boas histórias, boas figuras, talvez. Mas provavelmente não me dariam hoje uma palavra que valha qualquer pedaço de coisa.
No meio do caminho, um ipê fora do tempo cobre o chão da minha cor preferida e o mundo de agora me abraça, me apressa pela mão, me requer aqui de corpo inteiro. Mas eu respiro um segundo e, numa frequência que nenhum outro ouvido captaria, o mundo que deveria dormir ainda me cochicha uma insônia. Não é nem muito pirracento esse meu mundo que ficou ali antes do meio, ele só... não queria dormir de novo agora, perdeu o sono.
E eu? Viva demais nessa metáfora disconexa, tentando me reconectar em algum dos lados. Eu sou uma fonte de saudades que, de um lado se sanam e d'outro se expandem. Mas isso é só até trocar de universo outra vez e inverter toda a lógica, e inventar outro jeito.
Hoje é só pra poder respirar e dar ao francês a pronúncia certa. É só um dizer de que esse ódio e esse medo não me pertencem, e de tão despertencidos eles nem me encostaram mas nunca foi feliz ver um sonhador de sorriso apagado. Pode até ajudar a lembrar que os instantes mais lindos se acabam e nem por isso perdem o encanto... Que eu vivo louca e inteira de metáforas e gargalhadas infantis, mas não sei como guarda mágoa minha nem de outro e não vou aprender agora. Pode até ser que ajude ou só piore, que reverta qualquer coisa de sagrado. Tanto faz.
Eu levei um tempo de vôo pra aprender que tem que pôr a máscara de oxigênio em você mesmo antes de ajudar
E hoje... é só pra poder respirar
Apenas por esse motivo
Porque no meio do caminho, a tinta espalhada no chão daria uma boa fotografia a quem soubesse ver. E o bar, e a praça e a ausência de portões que me recebe familiar apesar da distância em que meus olhos vagueiam... tudo dariam boas histórias, boas figuras, talvez. Mas provavelmente não me dariam hoje uma palavra que valha qualquer pedaço de coisa.
No meio do caminho, um ipê fora do tempo cobre o chão da minha cor preferida e o mundo de agora me abraça, me apressa pela mão, me requer aqui de corpo inteiro. Mas eu respiro um segundo e, numa frequência que nenhum outro ouvido captaria, o mundo que deveria dormir ainda me cochicha uma insônia. Não é nem muito pirracento esse meu mundo que ficou ali antes do meio, ele só... não queria dormir de novo agora, perdeu o sono.
E eu? Viva demais nessa metáfora disconexa, tentando me reconectar em algum dos lados. Eu sou uma fonte de saudades que, de um lado se sanam e d'outro se expandem. Mas isso é só até trocar de universo outra vez e inverter toda a lógica, e inventar outro jeito.
Hoje é só pra poder respirar e dar ao francês a pronúncia certa. É só um dizer de que esse ódio e esse medo não me pertencem, e de tão despertencidos eles nem me encostaram mas nunca foi feliz ver um sonhador de sorriso apagado. Pode até ajudar a lembrar que os instantes mais lindos se acabam e nem por isso perdem o encanto... Que eu vivo louca e inteira de metáforas e gargalhadas infantis, mas não sei como guarda mágoa minha nem de outro e não vou aprender agora. Pode até ser que ajude ou só piore, que reverta qualquer coisa de sagrado. Tanto faz.
Eu levei um tempo de vôo pra aprender que tem que pôr a máscara de oxigênio em você mesmo antes de ajudar
E hoje... é só pra poder respirar
Apenas por esse motivo
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