segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Desembolou?
Quando vem o grito, não é como se você tivesse escolha: são os mais próximos que vão te segurar firme e talvez o seu braço direito esteja com quem menos esperava, com alguém que estava ali do lado e você não tinha nem visto. E aí as pessoas se entrelaçam pela sua vida afora entre "ais" e gargalhadas, muitas vezes sem pedir a mínima licença... No máximo, quando querem fazer uma estripolia e pôr um pedaço da roda de pernas pro ar elas avisam "dá um espaço aí".
Sempre vai ter um engraçadinho pra chutar as estruturas e um desesperado pra afogar no raso. E quem é que nunca precisou entrar na dança pra não engolir seu tanto d'água também? No meio da confusão de abraços, de quase-beijos ou rasteiras, aquele rosto sorrindo sumiu de perto e aaaai, olha ali um pedacinho seu indo junto com as maluquices de outro!
"Eeei, me espera! Isso me pertence!! Páaaara com isso senão vai quebrar, caramba!"
Uns vão tentar pular fora pra escapar à confusão mas alguém vai mergulhar no emaranhado de gotas e embolar tudo de novo, alguém vai preferir o aconchego de um abraço esbarrado a esperar de braços soltos na água fria. Às vezes dói de verdade e a gente diz "sérioo, pára com isso"... mas como de outras vezes não é sério e nunca dá pra todo mundo ouvir todos os gritos, a roda não pára de girar, nem quando é sério, nem quando tá doendo de verdade.
Mas no fim das contas, o que acontece é uma explosão de gargalhadas. Devagar, recuperam-se os pedaços que tinham ficado embolados e, se os sorrisos forem muito gostosos, a lembrança de dor vai ficando leve até sumir. Aí a gente se solta ou se abraça com mais calma, talvez com mudança de lugar e tudo... só que tem aquelas coisas que nunca mudam. Depois que você toma um ar, alguém resolve entrar na brincadeira outra vez: e quando vem o grito, você já não tem escolha...
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