Com pesadelos impulsionando os pés, ela corria pelo bosque na esperança última de ainda salvá-lo. Que se danasse a promessa de última vez feita antes, era mais importante salvá-lo!
De repente, ele sorriu.
Joelhos ralados, arranhões nos braços e lágrimas nos olhos. Do meio das pedras e dos espinhos, aquele sorriso foi uma flor, e ela não conseguiu entender como ele podia parecer tão quente e confortável naquele ambiente gelado e áspero. Tinha ido até lá aos pulos, com sua manta cor de rosa ou azul bêbê, tinha ido resgatá-lo daquela agonia e desespero e... Espera.
Ele gargalhava deliciosamente no meio das pedras que a ela pareceram um filme de terror. Os traços de menino tinham endurecido, o brilho dos olhos parecera fosco ou talvez apenas menos inquieto. Ela tinha ido com todas as suas expectativas salvá-lo do abandono e da tristeza com seus banhos de carinho.E ele não tava nem aí
Prece de berço e abraço aceitos, mas ele já não era mais criança assim. E nem percebeu quando seu sorriso aqueceu-lhe a alma e fez respirar mais leve o coração. Ela entendeu que por mais estranho que parecesse, aquele era o ninho dele.
E na sua nobilíssima missão de salvamento, inverteram-se os papeis:
foi ele que a resgatou do frio.
Um comentário:
É. Cresceu.
Mau
Saudades!
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