quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mais uma de exílio?

Minha terra tem oitis,
E quem canta é o pardal.
Se aqui há mais borboletas
Lá eu via beija-flores

Se as estrelas são as mesmas
Árvores de lá eu plantei
Tem jaboticaba no pé, e
Vendida no litro é só lá que tem!

Pra cismar sozinha lá
eu tinha uma olivetti
e um velho relógio de bolso
Ai, terra dos pardais
Lá também tem Sabiá!

As minhas caixinhas de lembranças
Meus sagrados de adolescer
Aquele sino de igreja da infância
São maiores até que os primores
Que o tal do poeta cantou

Ele que também não tinha mar
Será que teve o mar de morros?
Ele não teve Pedra Negra!

Queira Deus que ao voltar lá
Ainda faça muito calor
Pra eu me esconder na sombra do oiti
E - sem rima nem segredo -
que eu reveja a minha raiz
nesses cantos de pardal

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Desmemória

Na volta, sempre parece que esqueci de pôr qualquer coisa dentro da mala.

Cheguei: dessa vez, foi o coração que ficou pra trás.

E aí, será que vem por correio?